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Cinema: Crítica – Dumbo (2019)

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O elefante voador adorado pelo mundo está de regresso num filme de imagem real. Realizado por Tim Burton, Dumbo estreia a 28 de março nos cinemas.

Em 1941, conhecemos Dumbo, um elefante com orelhas gigantes que descobre que pode voar. Passados 78 anos, a Disney entra agora numa jornada para revitalizar os seus clássicos em imagem real.

Realizado por Tim Burton, este novo Dumbo possui um progresso na narrativa original. Infelizmente os animais já não falam e perdeu-se algumas das icónicas personagens, como o seu melhor amigo rato ou os hilariantes corvos que o ridicularizam inicialmente e depois acabam por incentivá-lo a voar, entre outras diferenças.

Isto deve-se sobretudo ao original ter somente 1 hora, um tipo de duração que já é raramente utilizado em Hollywood. Por consequência, nesta versão os humanos não se limitam a serem indivíduos maquiavélicos que o seu único objetivo era lucrar com a vida destes animais. O dono do circo, Max Medici (Danny DeVito), continua a querer lucrar com os animais, mas existe um progresso na sua personalidade que era inexistente anteriormente e que faísca com o ainda mais ambicioso, Mr. Vandevere (Michael Keaton), um empresário que pretende obter o elefante voador para o seu parque de diversões, Dreamland.

A nível de protagonismo, Dumbo é obviamente o centro da história, em paralelo com novas personagens. Holt (Colin Farrel), um pai solteiro que voltou da guerra, na qual perdeu um braço, terá de se desenrascar após ter perdido o seu número do circo enquanto aprende a conviver com os seus filhos que, tal como Dumbo, perderam a sua mãe. Além destes, Colette (Eva Green), uma trapezista na Dreamland, é o braço direito de Vandevere e juntos irão criar um espetáculo inacreditável com Dumbo.

DreamLand

Deste modo, as personagens trazem um novo rumo a esta adaptação. Por um lado perdem-se algumas cenas emocionantes e temas musicais clássicos que funcionavam brilhantemente na animação. Por outro, recebemos um progresso no Dumbo, na sua motivação para voar e na relação com a sua mãe, no circo dos irmãos Medici, num novo vilão e numa experiência visualmente realista e inovadora no cinema. Os efeitos especiais resultam na sua maioria e tornam esta dura aventura de Dumbo credível.

Contudo, mesmo com uma narrativa completamente reformulada nunca se distância do original e as referências são intermináveis, seja com falas memoráveis ditas por outras personagens – ” When I seen an Elephant Fly”, os amendoins que atira aos seus familiares elefantes enquanto voa, um rato ao lado da sua tenda com uma vestimenta vermelha ou a cena clássica entre Dumbo e a sua mãe.

Em suma, apesar de ser bastante previsível e faltar a musicalidade do original, Tim Burton traz um guião mais coerente onde é capaz de realçar os maus-tratos dos animais no circo e fornecer um futuro melhor ao adorável elefante.

  • Dumbo estreia a 28 de março nos cinemas.

6.5/10

Tiago Ferreira

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