Crítica: Bionic Woman #1
Quando falamos da Dynamite, uma das BD’s de mais sucesso da editora que nos vem à memória será Bionic Man. Não é de estranhar, por isso, que a aposta num spin-off tenha vindo no auge da série Bionic Man. Bionic Woman foi entregue a Paul Tobin, conhecido pelos seus trabalhos para a Casa das Ideias, principalmente em Homem-Aranha e algumas BD’s mais viradas para o público infantil.[fbshare]
Tobin tem preferido trabalhar sozinho há algum tempo, mas aceitou este desafio. A escolha da Dynamite para recair em Tobin não é inocente. Tobin foi um dos grandes responsáveis por dar mais relevo as personagens femininas no universo do Homem-Aranha, sendo que agora tem a oportunidade de ele próprio criar uma super-heroína. Aqui, Tobin decide fazer de Bionic Woman uma super-heroína mais metódica e perfecionista que Bionic Man. Comparando este dois personagens, a Bionic Woman é mais rápida, mais suave e mais pormenorizada que a sua versão masculina.
O local da ação deste primeiro número é característico das histórias de amor. Por isso, não deixa de ser engraçado vermos uma BD de ação a decorrer em Paris.
A história é simples: duas personagens trocam informações sobre o Bionic Man, enquanto são perseguidos a tiro por uma força de elite. Aqui, quer por conversas mantidas durante esta fuga, quer por meio de flashbacks ficamos a saber quem é a Bionic Woman, e como é que esta se torna a máquina mortífera de última geração. Tobin consegue-nos manter entusiasmados nos diálogos com um humor inteligente e muita ação, típica dos enredos de espionagem. Consegue ainda, a obra de nos manter boquiabertos em dois momentos chave do #1 quando nos é revelado a Bionic Woman, outro com a última página do número.
A arte de Leno Carvalho está bem melhor nos cenários, no que nos personagens. Por vezes as expressões da Bionic Woman parecem desproporcionais para o seu corpo. Talvez seja uma maneira de mostrar que aquela é a Bionic Woman, e que a qualquer momento ela pode assumir qualquer outra forma, como um camaleão. Mas estamos a falar de uma máquina com tecnologia de ponta, perfeita. Não devia ter estas falhas na altura de a passarem para a prancha. Leno Carvalho não costuma falhar nestas coisas, até porque o seu registo mais comum é o desenho de personagens femininos.
Quem não vai ficar contente com Bionic Woman são os fãs da série Bionic Man. Isto porque essa BD vai agora a meio, mas em Bionic Woman já se sabe de coisas que só vão começar a ser agora reveladas em Bionic Man. Como por exemplo a identidade de Bionic Woman, e de que como ela chega a Bionic Woman. Na BD da sua versão masculina, só agora a futura Bionic Woman descobre que o seu marido não morreu, e que o chamam agora de Bionic Man.
Culpa dos editores e não de Tobin. Uma BD que a continuar assim pode ser um dos lançamentos independentes mais valiosos do ano.
Classificação: 8/10.
MG
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Co-criador e administrador do Central Comics desde 2001. É também legendador e paginador de banda desenhada, e ocasionalmente argumentista.