Cinema: Crítica – Homem-Aranha: Regresso a Casa
Espetacular, Fantástico, o Aranhiço vai baloiçar e trepar pelos ecrãs a partir da próxima semana, mas será que acertou em cheio ou precisa de afinar as teias? Homem-Aranha: Regresso a Casa!
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Após a sua batalha lado a lado com os Vingadores de Tony Stark (Robert Downey Jr.), Peter Parker (Tom Holland) volta a Queens com a cabeça na lua, cheio de expectativas e sonhos. Meses passam até ele aperceber-se que a sua vida voltou ao que era, as desventuras com Ned (Jacob Batalon), as Bocas de Flash (Tony Revolori), os concelhos da sua Tia May (Marisa Tomei), os olhares desesperados da Liz (Laura Harrier) e os comentários coloridos de Michelle (Zendaya)… Mas agora há um fato, e com um grande fato vêm grandes poderes! Peter descobre a sua escapatória ao mundano quando encontra uma quadrilha de criminosos com tecnologia alienígena, mal sabe ele que esse caminho leva a Adrian Toomes (Michael Keaton), o malévolo Abutre!
A premissa é bastante boa e consegue balançar o drama com o humor, nunca se perdendo durante o tempo de duração. Existe uma noção que Peter cresce durante o filme sem nunca se insinuar infantilidade da parte dele, antes pelo contrário. Durante todo o filme, Peter mostra-se esperançoso, investido em proteger a sua família e amigos sem nunca fugir ao seu dever de fazer o que está certo.
O Tio Ben e o seu conselho são omitidos do filme mas sabe-se que existem na história, que tomaram lugar e ajudaram a formar este Homem-Aranha.
Não, o filme não se preocupa em questões de “será que Peter fará o que está certo?”. Ele sabe as suas responsabilidades e abdica de tudo para as cumpris. Não, este filme preocupa-se com a primeira metade da lenga-lenga do seu Tio, o “Grande Poder”.
Até nos vilões este dilema se manifesta, “será que o fato faz o homem”, e chega ao ponto em que o próprio Peter atribui os seus feitos ao que veste, menosprezando-se.
O filme tem boa realização, salvo nalgumas sequências mais movimentadas. Tanto os efeitos especiais como a fotografia continuam a colaborar extremamente bem. Sinto pena pelo design do fato do Homem-Aranha que, por alguma razão, parece sempre CGI… A minha principal queixa paira sobre a presença excessiva de Tony Stark, mas compreendo a importância do seu papel para a narrativa e, se nada mais, serve de exemplo das capacidades de Holland como actor, contracenando frequentemente com Downey Jr e sem ficar na sombra dele.
Este marca o primeiro filme feito na parceria entre a Sony e a Marvel, sendo que os mais céticos previam mais um filme escrito por comité, como Homem-Aranha 3 de 2007, ou como a saga “Fantástico Homem-Aranha”(2012 e 2014), no entanto, a marvel continua a investir na originalidade e nas personagens, apesar de deparar-se com algumas das falhas da sua estabelecida fórmula.
Existe no entanto mais vitalidade e amor neste Homem-Aranha do que nas suas últimas visitas ao cinema, dizendo sem problemas que está tão bom quanto o segundo capítulo de Raimi.
Sejam fãs de longa data ou novos ao universo do cabeça-de-teia, este filme é para vocês.
Bem vindo a casa Peter!
9.5/10
-Henrique V.Correia
Jovem dos 7 ofícios com uma paixão enorme por tudo o que lhe ocupe tempo.
Jedi aos fins-de-semana!