Cinema: Crítica – Conspiração Terrorista
Alice Racine (Noomi Rapace) é uma agente da CIA assombrada por uma missão falhada, no entanto quando a Agência a convoca para uma interrogação ela não pode recusar. No entanto esta Conspiração Terrorista é mesmo isso, num mundo abalado por guerras políticas e ideológicas, mais concretamente numa Europa onde o extremismo religioso se torna recorrente, o filme explora os cinzentos morais de quem está “no poder”, os efeitos nocivos da influência e, acima de tudo, que nem todo o que parece é…
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Só pena não explorar muito bem e ignorar a noção de pacing.
E assim se resume este filme que, ao que tudo indica, foi feito com um budget pequenino. Longe estão os dias em que Michael Apted realizava o “The World is not Enough” ou o terçeiro filme N’As Crónicas de Narnia, não querendo assim falar apenas da qualidade do realizador, mas também dos “bolsos” da produção.
Sendo assim o actor mais reconhecido será o Orlando Bloom, metido às três pancadas para vender ingressos. Arriscava dizer que está a imitar um certo pirata com quem contracenou, mas deve ser impressão minha.
Felizmente a sua presença no filme ronda apenas metade da metragem ou até menos pois é seu o pior personagem do filme.
Evidente que isso não dissuadiu o departamento de marketing de estampá-lo em todos materiais publicitários, afinal de contas é por isso mesmo que ele fica 50 minutos no ecrã… Douglas e Malkovich em contra-partida estão tão bem quanto possível com base no material que lhes foi prestado, e isso acaba por ajudar bastante o filme.
Portanto não se enganem, aqui a estrela é Noomi Rapace, uma atriz com uma cara familiar para alguns e que surpreendeu o público pela primeira vez com a sua interpretação de Lisbeth Salander (na versão sem Daniel Craig, e por sinal completada, da saga Millennium) e mais uma vez a sua representação mostra uma dedicação característica. Alice tem o mundo às costas e Noomi carrega-o bem.
No departamento técnico é um filme relativamente simples, não há explosões nem outras extravagâncias, um filme cativante mas que não traz nada de novo… A fotografia é simples, não há muito mais para dizer sobre o tema.
O filme entretém, mas há outros dentro do género que fizeram melhor. A Conclusão é agradável, mesmo deixando um ou outro plot-point por resolver, e ainda alude a uma futura sequela mas não criem expectativas. O filme somente arrisca em ter uma heroína em primeiro plano (exceto no material publicitário, claro) num género dominado pelos protagonistas masculinos, normalmente isso seria louvável, mas nesta longa que acaba por ser apenas medíocre, torna-se mais uma “gimmick”…
Rapace interpreta uma personagem respeitável num infeliz punhado delas, passa a metragem toda a ser a única personagem com dois dedos de testa e nos últimos 30 minutos Apted esforça-se por estragá-la, felizmente não conseguiu.
É um evidente “enche-chouriços” de cartaz, mas há pior por aí.
6/10
-Henrique V.Correia
Jovem dos 7 ofícios com uma paixão enorme por tudo o que lhe ocupe tempo.
Jedi aos fins-de-semana!