Cinema: Crítica – “A Cabana”, de Stuart Hazeldin
É uma obra que nos remete para a nossa espiritualidade, um pouco religiosa, sem se focar tanto nas questões de diferenças entre religiões, mas sim na forma como vemos a vida e como agimos perante ela.
Assim como Mack, aprendemos também a ver de forma diferente o que nos rodeia, como por exemplo não julgar os outros independentemente da cor/raça, físico, psicológico etc.; ou para fazermos algo não necessitamos de o fazer sozinhos. Esta é a base da mensagem que os autores quiseram-nos transmitir. Uma mensagem dita directamente e indirectamente pelas personagens Papa, Jesus, Sarayu e Sophia. Ao ensinarem estes ensinamentos a Mack, sentimos que nos está a ensinar também a nós como espectadores. Um exemplo desses ensinamentos é a forma como lidamos com a perda de alguém, que podemo-nos sentir culpados ou até mesmo culpar os outros por esse acontecimento. Nesse caso o que nos pode ensinar é que aquilo tinha de acontecer a essa pessoa, sem querer dizer que aconteceu porque essa pessoa merecia que acontecesse esse castigo. O julgarmos as pessoas, culparmos as pessoas e querermos que seja feita justiça da forma como achamos correcto, só o facto de querermos que seja feito como achamos certo, já estamos a agir de forma errada, pois não sabemos a razão que levou a essa pessoa a ter agido daquela forma, mesmo tendo, por exemplo, morto um amigo, não sabemos o passado dessa pessoa.
Falando da parte técnica do filme, a relação existente entre a imagem e a história é interessante, visto que podemos ver um ambiente frio e triste nos momentos menos bons na vida dele, e um ambiente quente e harmonioso nos momentos bons. Conseguimos acompanhar o sentimento do personagem principal, Mack Phillips ao longo da narrativa, a sua relação com a mulher Nan (Radha Mitchell), uma mulher católica praticante e trabalhadora, atenta à família, o filho Josh (Gage Munroe), um jovem adolescente focado numa rapariga que é capaz de fazer tudo para ir ter com ela, a filha mais velha Kate (Megan Charpentier), uma rapariga que após a tragédia começa a fechar-se mais com a família, tornando-se anti-social, e a filha mais nova Missy (Amélie Eve), uma menina inocente que após o pai lhe contar uma história sobre uma lenda, ela questiona-se sobre o assunto. Todos os personagens estão bem caracterizados e diferenciados, não só no aspecto exterior com também a parte psicológica. Conseguimos identificar-nos um pouco com cada um deles.
Queria muito ver esse filme de novo, gostei demais desse filme, mais não consigo achar ele na Netflix, quando eu assisti ele eu tinha u DVD, mais hoje não tenho mais.