Cinema: Crítica – 13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi (2016)
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Depois de “Transformers: A Era de Mark Whalberg” e o divertídissimo Pain & Gain, Michael Bay está de volta ao ataque com este 13 Horas – Os Soldados Secretos de Benghazi (nem pensem que vou escrever este título inteiro durante a crítica!), o seu segundo filme de guerra desde que deu ao mundo Pearl Harbor, em 2001.[fbshare]
O quê? Odeiam o Ben Affleck desde que o viram no Armageddon? Não conseguem esquecer a experiência cicatrizante que foi o segundo Transformers? Estão fartos de ver os ângulos 360º que o Michael Bay filma? Tenho boas notícias e más notícias.
As boas? Ben Affleck não entra no filme. Não temos testículos de Decepticon, nem os tais ângulos com ou sem Will Smith e Martin Lawrence.
Então o que temos? Surpreendemente (ou talvez não), um filme de guerra com algumas das melhoras cenas de acção desde Black Hawk Down.
O problema? Este é o filme que requer algo mais do que apenas cenas de acção. E não nos dá o melhor dos melhores nesse campo.
(Sabem que mais? Gosto disto de introduzir cada parágrafo com uma pergunta que o resume.)
A sinopse? Baseado numa história verídica e no livro de Mitchell Zuckoff, 13 Horas relata os acontecimentos passados no dia 11 de Setembro de 2012, em que um grupo de militantes islâmicos atacou a base diplomática americana em Benghazi, matando o senador J. Christopher Stevens. 6 ex-soldados contratados pela CIA numa base próxima secreta decidiram ajudar e viram-se infiltrados no caos.
O elenco? Uniformemente, temos aqui um forte trabalho de actores (kudos para John Kransinski!). Temos também aqui o primeiro verdadeiro problema do filme. O argumentista Chuck Hogan não nos dá tempo suficiente (ou talvez tempo de qualidade) com estas personagens para verdadeiramente nos preocuparmos com elas. Sim, sabemos que sentem falta das suas famílias e que algumas gostam de ler Joseph Campbell, mas o filme nunca lhes dá a merecida caracterização e quando as cenas dramáticas chegam, não aterram com o impacto necessário. Algo ingrato para os actores que fazem um trabalho convincente.
A acção? Por muita merecida má-língua que Michael Bay receba nos dias que correm, muitos esquecem-se que este foi o mesmo realizador que nos deu Bad Boys e The Rock. E o que aqui temos é um belo conjunto de tensas, explosivas e cortantes cenas de combate. Recorrendo ao seu saco de truques habitual, Bay utiliza ao máximo as suas explosões e munições, que ampliadas com a mistura de som e a extrema violência conseguem retratar ao pormenor os horrores vividos em pleno campo de combate. Sim, talvez existam ali dois ou três momentos no clímax do filme retirados directamente de Pearl Harbor, que não encaixam a 100% com o restante. Mas nunca ninguém disse que o talento de Michael Bay não vinha com um preço.
E sim, o filme acaba por se perder em alguns patriotismos e lágrimas, mas tais coisas fazem parte da receita e resultarão para o público certo.
A conclusão? Poderá não entrar para a lista de melhores filmes do ano ou de guerra, mas é um dos mais sinceros e focados filmes da carreira de Michael Bay, que embora tenha uma falta de uma maior exploração das personagens principais, resulta como uma fatia de entretenimento directo, electrizante e arrebatador. Talvez Bay quisesse retratar o feito destes seis soldados com algo mais do que só acção. Eu digo que não está bem lá, mas já esteve mais longe. Bem mais longe.
A classificação?
Tiago Laranjo