Análise: Unknown 9: Awakening | Jogos
Unknown 9: Awakening, um jogo que podia ter sido um AAA do ano, mas que não consegue trazer a qualidade que necessitava para tal feito.
O projeto Unknown 9 é uma franquia multiplataforma desenvolvida pela Reflector Entertainment, que foi fundada em 2016 por Alexandre Amancio, conhecido por seu trabalho em jogos como Assassin’s Creed: Unity. O universo de Unknown 9 é descrito como uma narrativa interconectada que abrange diferentes formatos, incluindo livros, banda desenhada, podcasts, jogos de vídeo, e outros tipos de média, criando uma experiência rica e expansiva.
Embora a proposta tenha sido ambiciosa, houve poucas atualizações sobre o projeto nos últimos anos, especialmente após a aquisição da Reflector Entertainment pela Bandai Namco Entertainment em 2020, e por isso pouco se tem ouvido falar disso.
Jogo: Unknown 9: Awakening
Disponível para: PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X|S e PC
Versão testada: PlayStation 4
Desenvolvedora: Reflector Entertainment Ltd.
Editora: BANDAI NAMCO Entertainment Inc.
O Jogo
Unknown 9: Awakening é um jogo de ação e aventura em terceira pessoa, linear e fortemente baseado na história. Seguimos um percurso predefinido, e embora ele não tenha separadores, podemos concluir que é como se fosse dividido em capítulos. Temos 4 níveis de dificuldade no início do jogo, mas atenção que não podemos mudar a dificuldade assim que começamos a aventura. Por isso se tivermos dificuldade em algum ponto, é tentar, repetir e tentar de novo.
Como o normal neste tipo de jogos temos sistemas de progressão que vamos desbloqueando à medida que vamos encontrando umas anomalias no nosso percurso que geralmente se encontram algo escondidas. Com elas podemos desenvolver varias habilidades da nossa personagem para combate, força e furtividade, preparando-a para as dificuldades que vamos avançando. E também vamos colecionando itens colecionáveis ao logo do percurso, que cria uma sensação de progresso e realização, mantendo o interesse e engajamento ao longo do tempo.
A História
O jogo segue a jornada de Haroona, uma jovem nascida nas ruas de Kolkata, na Índia, que descobre ter um dom extraordinário: a habilidade de acessar uma dimensão misteriosa conhecida como The Fold. Esse poder permite a Haroona manipular o mundo ao seu redor de formas únicas, ajudando-a a sobreviver em um ambiente hostil.
No início, Haroona luta para compreender e controlar esses poderes, sendo constantemente assombrada por visões de eventos futuros e passados. Uma mentora misteriosa surge para ajudá-la a desvendar os segredos do seu dom e do seu papel em algo muito maior: uma conspiração global que conecta diferentes culturas e períodos históricos por meio do conhecimento oculto e da exploração de realidades alternativas.
A Análise
Estando um pouco atrasado na escrita da minha opinião acabei por verificar que a critica internacional tem sido muito dura para com este jogo. De facto ele acabou por ser uma desilusão perante as expectativas que tinha dele, no entanto acabei por achar uma experiência positiva.
Começando pelos pontos negativos devo começar já com os gráficos que parecem totalmente datados. Este é um projeto que não começou na Bandai e já dura há muito tempo. Possivelmente começou a ser produzido há muitos anos e teve muitos entraves pelo meio e provavelmente acabou por ser “abandonado” na sua programação porque precisava de ser lançado. Diria que, em finais de 2024 termos um jogo de 50€ com gráficos que parecem ter saído de uma Playstation 3, não é a coisa mais agradável do mundo.
Além disso o jogo tem outras falhas técnicas e bugs, alguns deles bem ridículos como quando desfazemos umas caixas, os pedaços partidos ficam suspensos no ar e nós os podemos atravessá-los como se se nada fosse. Os movimentos também as vezes são um pouco atabalhoados como por exemplo em combate e quando estamos a trepar pelas paredes, qual aranha mecânica desconchavada.
No lado positivo gostei de algumas das opções de combate nomeadamente devido aos seus dons extraordinários que possui, ao estilo de telecinesia, onde podemos puxar e empurrar os inimigos apenas com a mente e um movimento da mão, tornarmo-nos invisíveis por um período do tempo, ou a forma de como eliminamos os inimigos de forma furtiva como se lhes arrancássemos a alma. Mas o melhor e a mais original é sem dúvida a habilidade de possuirmos o corpo de outras pessoas, que no jogo é chamado de “stepping”. Apesar de mecanicamente estar mal conseguido é mesmo muito divertido poder fazer isso.
Gostei também da história apesar de as vezes ser um pouco confusa e difícil de seguir. O melhor de tudo são os ambientes, pois adoro jogos de exploração, descoberta, e arqueologia, e nesse sentido este é um jogo para mim, ali com muito elementos de franquias como Indiana Jones, Uncharted e Tomb Raider. O universo em geral é bastante interessante. E o elenco das vozes também é bastante bom.
Conclusão
É um jogo giro e acho que deve de ser jogado por todos aqueles que, como eu, são doidos por jogos lineares de aventura na terceira pessoa, mas… que têm de o apanhar em promoção. É um jogo muito caro para o seu tempo de vida (cerca de 10 horas), e para os gráficos fracos e outras falhas que tem. Estejam atentos para quanto tiver descontos de pelo menos 50%, pois aí já cai em valores que considero justos.
Unknown 9: Awakening tinha capacidade para ser muito, mas muito mais, infelizmente ou por incompetência dos programadores, ou por falta de orçamento acaba por ficar muito aquém daquilo que podia ter sido.
Coincidência ou não, pouco mais de um mês do lançamento do jogo a Refletor Entertainment realizou cortes no quadro de funcionários, impactando múltiplas áreas, incluindo narrativa, arte, marketing e garantia de qualidade com uma série de despedimentos.
Classificação: 6.5/10
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Co-criador e administrador do Central Comics desde 2001. É também legendador e paginador de banda desenhada, e ocasionalmente argumentista.