Cinema: Vaiana 2 – Crítica
Vaiana e Maui estão de regresso numa aventura repleta de magia e ancestralidade. A Disney volta a pôr em ação a sua máquina de fazer dinheiro!
O espírito aventureiro de Vaiana (Moana no Brasil) fez dela uma navegadora nata, e, agora, cabe-lhe a missão de reunir os povos da Polinésia. Para concretizar esta tarefa, um grupo de personagens disfuncionais embarca numa jornada marítima.
Dois mil anos antes do e-mail e 1.500 anos antes de os portugueses contribuírem para a união global dos povos através dos oceanos, é Vaiana quem recebe uma missão de descobrimento marítimo.
A rebeldia de Vaiana leva-a de novo à água amiga, enfrentando uma nova aventura cinematográfica que, inicialmente, estava pensada para ser uma série no Disney+ e, é aqui que começam os defeitos desta nova aventura, que se queria épica.
Enquanto o primeiro filme irradiava magia – até nas músicas – e as personagens revelavam uma natural aptidão para cativar o espectador, esta continuação perdeu grande parte dessas qualidades.
Planear uma série e transformar o projeto num filme implica cortar no desenvolvimento da história e das personagens. E o que parece ter sido feito aqui foi criar um episódio expandido para preencher uma hora e meia de duração, nem que, para tal, fosse necessário adicionar inúmeros momentos musicais dignos de videoclipes, mas muito distantes da essência mágica apresentada no primeiro filme.
Algumas sequências podem remeter para Avatar: O Caminho da Água ou até mesmo algumas frases evocar clássicos do cinema – como o emblemático “We need a bigger boat!” – mas o espectador não tarda a perceber que “a Disney sabe fazer dinheiro!”.
E este “Vaiana 2” sofre imenso desse problema. É um produto comercial puro e duro.
No passado, as sequelas do departamento de animação da Disney tinham caminho direto para o mercado de vídeo (os filmes da Pixar não se incluem neste lote), mas este “Vaiana 2” chegou aos cinemas porque o primeiro filme é dos mais vistos de sempre nas plataformas de streaming. Quanto ao sucesso comercial desta sequela? Nem se questiona: está garantido. O colorido vai deslumbrar, e os mais distraídos nem darão conta de defeitos, como o fraco desenvolvimento das personagens ou a história extremamente pobre.
Com os momentos musicais a prolongarem artificialmente a duração do filme, dei por mim, durante o visionamento, a verificar várias vezes quanto tempo faltava para o final. Tal era a vontade de que terminasse.
Vale pelas paisagens, pelo colorido, pelo som e pela animação. Peca pela fraca história e pelas músicas.
Nota final: 5/10
Começou a caminhar nos alicerces de uma sala de cinema, cresceu entre cartazes de filmes e película. E o trabalho no meio audiovisual aconteceu naturalmente, estando presente desde a pré-produção até à exibição.
