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Cinema: Crítica – Sorri 2

São poucas as sequelas capazes de serem melhores que os primeiros filmes, mas será que os sustos de Sorri 2 serão suficientes para nos deixar com medo?

Foi há apenas dois anos que Sorri tornou-se numa espécie de pequeno fenómeno do cinema de terror comercial, muito ao estilo que a Blumhouse faz quando tem os recursos de um grande estúdio atrás, mas com um orçamento igualmente reduzido. O sucesso do primeiro filme, apesar de tudo, ressoou com a crítica e o público, e uma eventual sequela era inevitável. No entanto, por onde esse rumo acabaria, era um absoluto mistério, revelado agora, em Sorri 2.

Prestes a embarcar numa tournée, a estrela de pop Skye Riley (Naomi Scott) vê a sua vida dar uma reviravolta infernal, quando a mesma começa a experienciar eventos assustadores e inexplicáveis, enquanto lida com a pressão da fama e ter que enfrentar os medos do passado.

Numa altura em que muitas estrelas de pop esgotam arenas, são veneradas nas redes sociais, e tornam-se numa marca pessoal, Sorri 2 agarra em todas as ideias digitais e concentra-as numa personagem quebrada e frágil, implorando por empatia, e empurra-a à força numa espiral aterradora. É algo que faz com um sucesso invejável, elevando tudo aquilo que o primeiro filme queria ser, sobretudo a nível do impacto da violência. Há uma certa curiosidade em perceber se esta elevação se deve a outros filmes – entre eles Fala Comigo, ou as entradas recentes de Gritos – puxarem ao limite por momentos de tapar os olhos e assumirem o sucesso em oferecer uma experiência traumatizante q.b.

Scott, abandona a persona de princesa da Disney – a actriz protagonizou a versão live-action de Aladino em 2019 – e mostrou em Sorri 2 que é capaz de se juntar à nova vaga de final girls, numa actuação digna de prémios. É possível que a mesma tenha encontrado uma segunda oportunidade no cinema de terror, um género que não apenas celebra este tipo de personagem, como lhes dá uma voz.

Por outro lado, é verdadeiramente impressionante como Parker Finn teve a coragem de olhar para a sua obra inicial e evoluí-la de uma forma pertinente, que agarra o espectador pelo colarinho, e força-o a desfrutar da beleza sangrenta perante ele; tudo enquanto orgulhosamente retém o cargo de argumentista e realizador.

Assim, Sorri 2 está a um nível acima da obra anterior, estando possivelmente agora em listas onde a sequela é melhor que o primeiro filme; conseguindo prosperar com a narrativa num ambiente novo e personagens novas, elevando o seu estatuto com uma certa ousadia. Este filme é um produto de olhar para aquilo que foi feito, aprender com os erros, e voltar a atirar com uma nova abordagem. Parabéns, funcionou muito bem.

Nota Final: 8/10

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