Análise BD: Alix Senator Vol. 9 – Os Espectros de Roma
“Alix Senator” é uma série que a Gradiva tem vindo a lançar com bastante afinto e “Os Espectros de Roma” é o novo volume. Fica aqui a nossa análise.
Em breve, aqui no Central Comics, as análises aos volume 10 e 11.
Sinopse:
Roma, ano 12 a. C. O imperador Augusto é todo‑poderoso. Alix tem mais de cinquenta anos e é senador. No regresso de Petra, Alix encontra a capital romana dominada pelo medo. Estranhos assassínios mancham as ruas de sangue e até a guarda imperial está em pânico. Alguns acusam os leprosos, outros os orientais, mas Augusto sabe que a verdade reside noutro lado. Recusando -se a ceder ao terror reinante, Alix parte em busca dos espectros de Roma. Desconhece, porém, que pode tornar -se igualmente perigoso quando entra em contacto com eles.
Análise:
Baseada no universo criado por Jacques Martin, a série Alix Senator que projeta o herói juvenil rumo à meia-idade e ao poder romano continua a chegar-nos pela Gradiva a um ritmo excelente.
Se a série original é amada por muitos a mim pessoalmente não me dizia muito. No entanto esta vertente mais adulta de Alix Senator torna-se mais interessante na sua leitura remetendo para séries com Murena ou as Aguias de Roma que são para mim muito melhores e mais espectaculares. Sendo que esta série, após ter lido vários álbuns, fica numa espécie de limbo entre o mais adulto e o mais juvenil, não conseguindo se destacar.
Neste volume, fantasmas assassinam soldados imperiais ou veteranos. Acontece que as vítimas já participaram de atos sangrentos. O ex-prefeito do Egito, conhecido por sua brutalidade, é uma das vitimas. O imperador Augusto, angustiado com a doença e agonia de sua irmã Lídia, aceita que Alix e Quintus conduzam a investigação. Enquanto isso, Enak continua assombrado pela morte de seu filho Kephren, que ele traz de volta dos mortos todas as noites sem lua. Embora estas leituras se possam fazer independentemente, os álbuns seguem uma historia maior no seu todo, pelo que quem segue a série tira mais partido da obra.
O roteiro de Valérie Mangin parece-me coerente e notavelmente conduzido. O equilíbrio entre tradição e modernidade é encontrado embora tenha as suas lacunas em especial a decidir o tal publico alvo como referi anteriormente, e que a mim me desagrada pois gostaria de um tom mais maduro, violento e taciturno nesta série.
O desenho de Thierry Démarez do estilo realista e meticuloso, permite uma imersão total na Roma antiga pois os cenários são assombrosos, ele também é bom nas expressões dos personagens e nota-se a evolução no dinamismo e movimento de álbum para álbum. Com uma coloração impecável de Jean-Jacques Chagnaud (perfeita em ambientes noturnos) esta série está bem entregue.
Os autores:
Valérie Mangin
BIOGRAFIA
Nascida em Agosto de 1973, Valerie Mangin é latinista, historiadora e historiadora da arte. O seu encontro com Denis Bajram é o que lhe permite passar da história às histórias de banda desenhada. Combinando antiguidade e ficção científica, publica os notáveis O Flagelo dos Deuses ou A Última Tróia. Em 2012, lançou Alix Senator com Thierry Démarez, continuação da famosa série criada por Jacques Martin.
Thierry Démarez
BIOGRAFIA
Nasceu em Drancy, na região de Paris, em 1971. Apaixonado pelo desenho e pela pintura, aprofundou a sua formação artística e tornou-se cenógrafo da companhia de teatro da Comédie Française. Ao mesmo tempo, Thierry começou a interessar-se pela banda desenhada. Com Valérie Mangin, inicia a série Alix Senator, a continuação das aventuras do famoso herói de Jacques Martin. Dedica-se desde então à nona arte.