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Cinema: Crítica – Homem Macaco

Dev Patel estreia-se na realização com Homem Macaco, um filme do qual também protagoniza. Será que este tem o que é capaz para estar dos dois lados da câmara?

Quando Matt Damon encarnou Jason Bourne em Identidade Desconhecida, estreado originalmente em 2002, o cinema de acção mudou, e foi mudando ao longo dos anos, com 007 Casino Royale a adaptar o estilo mais duro e humano do típico herói de acção, e mais tarde John Wick deu mais uma reviravolta, incitando uma inspiração que hoje perdura, não fossem as já três sequelas de sucesso. Estas influências, de certo modo, chegaram a Dev Patel, que aparentemente descontente com o facto de estar associado a filmes mais dramáticos e cómicos, nunca lhe foi dada a oportunidade de ser um herói de acção. Decidiu meter a mão no destino e forjar o seu próprio caminho com Homem Macaco.

Homem Macaco

Inspirado na mitologia de Hanuman, Patel encarna um jovem sem nome, que está em busca de vingança da morte da sua mãe, pelas mãos do polícia corrupto Rana (Sikandar Kher). O que este jovem não espera é que a sua jornada sangrenta não será fácil até ao topo, tendo que encontrar a sua força interior antes de enfrentar aquilo que mais lhe magoa.

Homem-Macaco é um filme que de longe, podia perder-se no meio de muitos filmes do género, ainda mais sendo uma obra localizada . Afinal, a Netflix detinha os direitos antes de Jordan Peele ter adquirido os direitos que o coloca no grande ecrã, acreditando no seu potencial. É isso que este filme tem, muito potencial, e merecidamente; pois fãs de acção irão encontrar muito para apreciar, desde cenas de combate, perseguições, e muita, muita violência. Isto é misturado de forma inteligente a um conceito cultural, com Hanuman a representar o lado espiritual do caminho da personagem, e tornando-se numa parte integral da narrativa, invés de apenas um detalhe que facilmente poderia passar de despercebido.

De igual forma, Dev Patel demonstra-se dedicado à sua causa, não só realizando de forma sólida um filme de acção inspirado pelos filmes do género modernos – ainda que por vezes os vários cortes nas cenas podem prejudicar ligeiramente a percepção e a forma que acompanhamos a violência – como também entrega um protagonismo do qual nos já habituou, podendo-o ver numa luz um pouco diferente do que conhecemos até agora. Que este filme seja o seu cartão de visita e a prova que ainda vai a tempo de se tornar num herói de acção.

No fim, Homem Macaco é um filme que contém tudo aquilo que se espera, e um pouco mais; com cenas intensas, uma narrativa satisfatória, e uma personagem que nos cativa. Entre a mitologia e a realidade, estamos perante uma estreia em grande.

Nota Final: 7/10

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