BD: Crítica – Ouro da Casa
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Esta foi, sem dúvida, a minha melhor aquisição da Bienal de São Paulo. Já foi ao tempo – dois anos – mas tinha guardado este album para ler devagarinho, com paciência e atenção ao detalhe. Porque é, simplesmente, tão bom.[fbshare]
A Turma da Mônica, emparelhada com o Tio Patinhas, foi a minha primeira exposição ao mundo da banda desenhada. Apesar de se basear em histórias muito curtas e tirinhas, sempre adorei a forma inocente e complexa de rir do mundo e, sobretudo, algumas histórias muito intimistas e filosóficas. Os personagens são simples e ficam imediatamente marcados. São bons personagens, são pessoas boas, são personagens que nos motivam a ser melhores, mais criança.
Neste “Ouro da Casa” temos uma perspectiva diferente da Turma que marcou gerações: desta vez a arte, as histórias, tudo é feito pelos membros da Maurício de Sousa Produções, sem influência do próprio Maurício de Sousa. É um show-off dos artistas que fazem o trabalho invisível. Aqui participam os roteiristas, os arte-finalistas, os letristas, os coloristas… Todas as pessoas que contribuem para que todas as semanas saiam novas historinhas nas revistas, mas às quais nunca damos grande atenção. Não são elas a cara da empresa. Mas são elas que fazem a empresa. E a prova está aqui.
Cada história tem um estilo artístico diferente, pontuada com algumas ilustrações. A arte é uma nova maneira de experienciar estas histórias e toda ela é extremamente boa, seja detalhada ou simplista, seja digital ou tradicional. Cada uma é única.
E as histórias… Sem dúvida que temos algumas mais adultas. Outras, recordam-nos como é bom ser pequenino. Mas todas elas demonstram a paixão que estes funcionários têm pelo seu trabalho.
No final, vem um artigo sobre a produção das revistas da Turma da Mônica e pequenas biografias sobre toda a equipa. Não são muitos. Mas são bons.
Este livro saiu agora em Portugal e poderão encontrar nas bancas nacionais por 20€.