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Timberborn volta a provar que os city builders não são águas passadas

Timberborn
Timberborn

Na sua quinta atualização, Timberborn continua a fazer as delícias dos fãs de city building ao revelar cada vez mais mecânicas inovadoras.

Sinopse de Timberborn

Num futuro distópico, a humanidade desapareceu após arruinar o planeta. Determinados a sobreviver, os castores são agora a espécie dominante e têm de otimizar a utilização dos recursos que restam não só para evitar a extinção, como para prosperar em Timberborn.

Timberborn foi lançado em acesso antecipado a 15 de setembro de 2021, com a Mechanistry a lançar a quinta grande atualização do jogo no passado dia 18 de janeiro.

Os city builders não são águas passadas.

Análise de Timberborn

O género de city building é um dos meus favoritos. Como tal, há pouco que não tenha visto nos jogos que se inserem nesta categoria, já de si bastante concorrida e com um nível de saturação que dificulta a inovação. Contudo, Timberborn conseguiu trazer frescura para a mesa, sem necessariamente revolucionar.

Com uma combinação de mecânicas que abre as comportas da criatividade da comunidade, não é de admirar que existam tantas horas de conteúdo online sobre este título que se revela fácil de aprender e difícil de dominar. Da minha parte, escrevo apenas que fui do orgulho à depressão em menos de um minuto quando comecei a comparar a minha fantástica colónia que me demorou 10 horas a fazer com as maravilhas do mundo moderno que vi no YouTube a serem construídas em 2 horas ou menos.

Fresquinho.

História de Timberborn

Num futuro distópico, a Humanidade foi eliminada da face do planeta por… ela própria. Com o meio ambiente devastado e apenas algumas áreas dispersas habitáveis, a espécie dominante passou a ser o castor.

Em Timberborn, assumimos a liderança de uma de várias tribos desta espécie e temos a missão de a fazer prosperar, enquanto repomos o equilíbrio natural dos ecossistemas que nos rodeiam.

Repor o equilíbrio e prosperar.

Jogabilidade de Timberborn

Timberborn segue a receita tradicional dos city builders: começamos com um punhado de trabalhadores, construimos habitação, economia e entretenimento, e tentamos expandir de forma equilibrada. Porém, além do loop habitual deste género, somos também confrontados com um ecossistema arrasado e com períodos aleatórios de escassez, obrigando-nos a pensar estrategicamente de forma a nos prepararmos para sérias dificuldades.

Também esta última mecânica não é propriamente nova, nem o que vos vou descrever de seguida. O que me surpreendeu verdadeiramente em Timberborn, foi a forma e as ferramentas que temos à disposição para ultrapassar os desafios. Mais especificamente, a construção em altura, a liberdade que temos para moldar o terreno e a relevância que estes aspetos têm na jogabilidade.

Começando pela água, o recurso central do jogo, podemos desviar cursos de rios, criar lagos artificiais, represas e barragens gigantes — não me refiro a construir edifícios de barragens que se criam com um clique. Não. Aqui, temos de ser nós a moldar o terreno consoante o nosso discernimento para criar paisagens pela nossa própria mão, o que nos recompensa com uma verdadeira sensação de realização, que imagino ser idêntica à que o Tony Carreira finalmente sentiu quando compôs a sua primeira canção original.

Além deste aspeto, Timberborn também se joga ao combinar edifícios e terreno numa autêntica simbiose, em que para nos expandirmos, temos de construir e moldar com cabeça.

Termino esta secção apenas com a ideia de que este título está constantemente a apresentar-nos desafios que têm de ser resolvidos, acrescentando propósito à jogabilidade e fazendo-nos regressar sessão de jogo após sessão de jogo. Caso não consigamos resolver os problemas que vão surgindo, corremos o sério risco de perder o jogo ao causar a morte a todos os nossos queridos castores.

Coinstruções imponentes.

Gráficos e som de Timberborn

Sem brilhar, os gráficos de Timberborn são agradáveis e são bastante sóbrios, o que é vital para o sistema de moldagem do terreno que se destaca no jogo. Sem uma visão limpa e definida, seria muito difícil navegar pelas alterações que temos de fazer e vamos fazer no ambiente. As animações também se inserem neste contexto.

O som e a música seguem a mesma lógica, ao entreter o «back office» do nosso cérebro de forma eficiente, sem exigir um lugar de destaque que nos distraia do nosso pensamento estratégico.

Limpo.

Postas de pescada e um par de botas

Nunca tinha experimentado Timberborn antes desta atualização, mas o título esteve sempre na minha wishlist e acompanhei de perto o hype que o jogo teve até agora. Embora o classifique como um excelente jogo por tudo o que descrevo acima, não vou mentir — em última nálise, esperava um pouco mais, especialmente pela reação da comunidade de gamers de city builders.

Independentemente das minhas expetativas, há algo que me parece incontornável: este é um daqueles jogos em que se afundam centenas de horas sem dar por isso e é um título obrigatório na biblioteca de qualquer fã de city builders.

+++

Desafios apresentados para a resolução de problemas, construção em altura e liberdade para moldar o ambiente.

Número reduzido de edifícios e senti alguma dificuldade em perceber qual era o equilíbrio ideal entre mantimentos consumidos e produzidos.

Resolução de problemas.

Classificação: 7,5/10

Timberborn conquistou um lugar de destaque na elite dos city builders, mas parece-me ficar um pouco aquém do panteão ocupado por títulos como Sim City e Cities: Skylines. Por todo o entusiasmo demonstrado pela comunidade, era precisamente esse o lugar que imaginava para Timberborn. Em termos mais pragmáticos — para mim, 7,5 é uma excelente classificação, mas contava atribuir um 8,5 ou 9.

Timberborn está disponível por 24,50 € no Steam.

Para terminar, fica a dica indispensável: antes de jogarem a Timberborn, leiam a fábula da formiga e da cigarra, mas com castores.

Plataforma testada: PC

Gameplay de Timberborn:

Trailer de Timberborn:

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