Análise BD: Tango Vol. 7 – A Flecha de Magalhães
Após o fecho do primeiro ciclo, Tango e Mario estão de volta em “Tango Vol. 7 – A Flecha de Magalhães”, num lançamento em Portugal pela Gradiva. Será que regressaram em grande?
Já o disse várias vezes em análises a volumes anteriores no nosso canal de YouTube, que Tango é a minha série de BD favorita lançada pela editora Gradiva. Quando soube da data do lançamento em França deste volume 7 fiquei a fazer figas para que chegasse rapidamente a Portugal. E assim foi, a Gradiva não lançou em simultâneo, mas só demorou cerca de 5 semanas para termos direito à edição portuguesa.
Como fã da série e sendo esta de leitura fácil e rápida, saltou logo para o topo das minhas leituras passando muitos livros em atraso.
A história
Como já referi A Flecha de Magalhães inicia um novo ciclo. A primeira coisa a reter é que abandonamos os locais latino-americanos para abraçar o sudeste asiático, mais propriamente às Filipinas. E mal chegam à capital Manila, Tango mete-se logo em encrencas, não estivesse ele sem sem ação há mais de 100 dias. Depois de arranjar um “emprego” temporário, que serve de desculpa para ficarem naquele país durante uns dias, a dupla interessa-se sobre uma lenda ou superstição, que conta que a flecha que matou Fernão de Magalhães assim como o seu capacete, são objetos quase mágicos e que dão força e poderes ilimitados.
Assim, ao ver a estátua do herói local, Palu-Palu, o homem que alegadamente matou Magalhães, ficam com o objetivo de encontrar estes itens. A partir daqui o enredo muda o chip para uma caça ao tesouro que os fazem levar a uma ilha proibida, o Tango ir parar à prisão e claro, a envolver-se com uma mulher bonita.
A opinião
Não diria que este volume 7 é mau, mas não posso deixar de dizer que foi um pouco dececionante para aquilo que eu esperava dele. O guião de Matz é já um bocado visto: porrada, cenários exóticos, bandidos, mulheres bonitas, caça ao tesouro, etc. Já vimos isto inúmeras vezes, por isso não há grandes novidades. No entanto, logo que que seja bem-feito é sempre bom entretenimento, e isso ele consegue.
O problema é que temos metade do livro onde se passa pouco ou nada. A intriga só começa a ficar realmente interessante para lá da página 20, e isto para um álbum de 54 páginas é pouco. Isto justificava-se se fosse o primeiro volume de uma série, o que não é caso. Nós já conhecemos as personagens, já sabemos o que elas fazem e o estilo da série, por isso era escusado este ritmo tão lento no início.
Mas, enquanto no primeiro ciclo cada livro tinha um argumento fechado, esta história está claramente partida em dois volumes e termina de uma forma que faz prometer uma continuação bastante interessante e bem mais empolgante.
O desenhos de Phillipe Xavier continuam no seu excelente estilo realista europeu, e apesar de ter layouts muito clássicos, acaba por ser o maior ponto positivo do livro. Continuo é a nao ser fã das cores Jérôme Maffre que não beneficiam em nada a arte global. E é uma pena a balonagem e legendagem do livro continuarem fracas dando um impacto visual negativo às pranchas da BD.
Conclusão
A Flecha de Magalhães tem um argumento muito banal e cheio de clichês, mas leve com bom diálogos (e com ótima tradução de Jorge Lima), e com a promessa de uma segunda parte prometedora.
É um álbum onde mais do que nunca tem bastantes semelhanças com Uncharted, desde a química, personalidade e a diferença de idade entre os protagonistas que nos faz lembrar Natham Drake e Victor “Sully” Sullivan, até à ação e cenários poucos comuns, e aqui agora aqui com uma pegada arqueológica que é a imagem da famosa franquia dos videojogos. Para mim isso é bom, porque adoro os jogos, mas se é positivo ou não fica ao critério de cada um.
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Co-criador e administrador do Central Comics desde 2001. É também legendador e paginador de banda desenhada, e ocasionalmente argumentista.