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Análise jogos: One Lonely Outpost

One Lonely Outpost
One Lonely Outpost

O Central Comics embarcou numa odisseia de exploração de novos planetas. Em One Lonely Outpost, a colonização espacial é o tema central de um prometedor simulador de agricultura.

Sinopse de One Lonely Outpost

O futuro da humanidade é no espaço, e o futuro chegou. Em One Lonely Outpost, assumimos a tarefa de colonizar, explorar e terraformar um planeta árido e deserto para receber uma nova e próspera colónia, enquanto desvendamos os mistérios profundos que a nossa nova casa esconde.

One Lonely Outpost é um novo título de simulação de agricultura e vida com um planeta deserto como cenário, desenvolvido e lançado a 26 de junho pela Freedom Games em acesso antecipado.

Simulador de agricultura

Análise de One Lonely Outpost

Não sendo o primeiro do seu género, Stardew Valley é geralmente considerado o jogo de referência dos simuladores de agricultura e de vida e, desde então, deu origem a dezenas de clones e inspirou outros tantos títulos. É precisamente o caso de One Lonely Outpost, que nos apresenta mais ou menos a mesma premissa — chegamos a um lugar desolado e temos de o reconstruir, enquanto desenvolvemos relações pessoais com outros NPC. Aqui, a variação é que nos encontramos num planeta distante, que temos de terraformar para lá desenvolver uma próspera colónia.

Embora One Lonely Outpost esteja notavelmente bem otimizado e bonito para um jogo em acesso antecipado, sofre, na minha humilde opinião, de alguns problemas que me afetaram bastante a experiência, sendo o principal o ritmo de progressão — a fase inicial do jogo parece ter sido desenhada por Manoel de Oliveira devido à sua excruciante lentidão e monotonia, independentemente da beleza da mesma.

Porém, a equipa de desenvolvimento promete grandes novidades para breve… não sei é se serão suficientes para colmatar as falhas do presente.

Monotonia

História de One Lonely Outpost

Tal Matt Damon em Interstellar, One Lonely Outpost coloca-nos na pele de um colono explorador que viaja até um planeta distante e árido com o propósito de criar condições para receber uma comunidade. Até aqui, nada de excecional, mas à medida que vamos progredindo, vamo-nos deparando com eventos que montam um contexto além do óbvio: será o planeta verdadeiramente deserto? Somos os primeiros a cá chegar? Que aconteceu antes de aterrarmos?

Mesmo não a tendo terminado (nem avançado muito na narrativa, para ser sincero), a história pareceu-me cativante, com diálogos e ocorrências muito bem escritos.

Que será que nos espera lá fora?

Jogabilidade de One Lonely Outpost

A jogabilidade de One Lonely Outpost é paradoxal, no sentido em que representa o melhor e o pior deste título.

Há uns anos, quando recebi uns amigos estrangeiros, decidi levá-los a jantar a uma conhecida casa de fados no Bairro Alto e lembro-me de ter ficado com sentimentos contraditórios. O ambiente era adequado e os artistas eram muito bons, mas serviram-me três tremoços com uma rodela de chouriço bafiento num pires e demoraram cerca de 40 minutos entre cada prato, cada um mais aborrecido que o anterior — tratando-se, em última análise, de um restaurante, acabei por decidir nunca lá mais meter os pés.

Aqui, a sensação é semelhante: até é divertido explorar o mapa, até descobrirmos que é pequeno, confuso e vazio (depois melhora, mas até lá chegar, dá tempo para o meu filho de 1 ano entrar para a faculdade); até é divertido recolher recursos minerais e cultivar plantas, até percebermos que é mesmo só isso que fazemos durante dias a fio; e até é interessante seguir a história, até chegarmos à conclusão que os intervalos entre os eventos que fazem avançar a narrativa são equivalentes aos que separam as Idades do Gelo na Terra. O loop de One Lonely Outpost é exatamente o grind descrito acima: acordar, colher, plantar e regar plantas, extrair minerais, dormir. De tempos a tempos, é-nos lançado algo de novo que nos faz progredir.

Com um bom tutorial, os controlos são intuitivos (teclado e rato), mas os menus denunciam o estado de acesso antecipado, especialmente no que toca às opções iniciais e a falta de um botão para organizar o inventário ou para correr num título que destes tanto depende.

Mapa por explorar.

Gráficos e som de One Lonely Outpost

Os gráficos de One Lonely Outpost são bonitos, com bons contrastes pixelizados de cor (especialmente no período noturno) sobre um cenário com o estilo cada vez mais comum de assets 2D sobre um fundo 3D. Contudo, tal como um par de meias que nos é oferecido no Natal, não revolucionam nem deslumbram por aí além.

O mesmo se aplica ao som e à música — apesar de agradáveis e adequados, depressa se nos varrem da memória.

Inventário.

Postas de pescada e um par de botas

A equipa de desenvolvimento da Freedom Games tem grandes planos para o futuro próximo de One Lonely Outpost, incluindo tudo desde o desenvolvimento da história, inclusão de novos elementos, expansão de áreas e introdução de novos personagens, relações e linhas de narrativa, prometendo aumentar a repetibilidade do jogo.

One Lonely Outpost não é um mau jogo, mas a 19,99 €, não me convence na totalidade no estado em que está, especialmente devido ao grave problema de monotonia na jogabilidade durante a primeira parte do jogo do jogo.

+++

Potencial da história e do conceito.

Loop e grind iniciais muito aborrecidos.

Minerais.

Classificação: 5,5/10

A minha experiência com One Lonely Outpost foi marcada por um misto de emoções. Se, por um lado, fiquei empolgado com a ideia e a apresentação do jogo, por outro, não aguentava grandes sessões de jogo e custava-me muito voltar a este título para progredir a passo de caracol. A classificação reflete isso mesmo. Talvez seja um bom jogo para quem se quer estrear no género de simulador de agricultura e de vida, mas conhecendo milhentos outros títulos da categoria, não fiquei impressionado com este.

One Lonely Outpost encontra-se disponível no Steam a 19,99 €.

Para terminar, fica a dica indispensável: com muitas horas de esforço e dedicação, as partes aborrecidas da vida passam e recebemos boas recompensas… pelo menos, é o que dizem — eu não sei, porque não tive paciência para chegar a essa parte.

Plataforma testada: PC

Trailer de One Lonely Outpost:

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