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Cinema: Crítica – O Exorcista: Crente

O Exorcista: Crente (O Exorcista – O Devoto, no Brasil), chega aos cinemas passado 50 anos do lançamento do original. Mas será que é um regresso em grande?

O Exorcista: Crente

Falar de David Gordon Green e requels (ou sequelas legado) pode ser um bocado difícil. Depois de um Halloween (2018) bastante sólido, eis que foi tudo escada abaixo com as sequelas que se seguiram. Por isso, tal como tinha dito no nosso podcast aquando do MOTELX 2023, estava um pouco receoso com esta nova entrada na franquia.

A verdade é que, revi recentemente O Exorcista, para também o ter fresco na memória antes de ver este. E quando pensamos no original como uma obra-prima e um dos nomes mais sonantes do terror, este O Exorcista: Crente deixa bastante a desejar. As minhas suspeitas foram confirmadas e realmente é um filme que deixará os espectadores desanimados.

O Exorcista: Crente

A premissa que a história segue é relativamente simples: duas pré-adolescentes (interpretadas por Lidya Jewett e Olivia Marcum) desaparecem durante três dias e, quando são encontradas, não voltam iguais. Uma premissa que já vimos em diversos lugares, é certo. Porém neste caso, temos um pai, Victor (Leslie Odom Jr.) a tentar interpretar o que se passa com a filha e fazendo o seu melhor para combater todo o mal que o encurrala.

É nestes momentos que, a certo ponto, o filme perdeu-me completamente. Existe uma cena em especifica que me fez pensar “Olha entrei na sala errada, voltei no tempo e estou a ver um qualquer Insidious”, pois foram buscar a ideia de um espírito a assombrar a casa em que se encontram.

O Exorcista: Crente

Porém, o mais importante e que acaba por ser complicado de expressar aqui, é mesmo o subtexto. Vou ter de entrar no campo das comparações, mas, no caso do Exorcista original, temos uma espécie de subtexto sobre a entrada na adolescência. Aqui esse subtexto é atirado à cara do espectador à primeira oportunidade, enquanto a mensagem do filme é substituída por algo que dá que pensar, mas ao mesmo tempo pode ser considerado uma perda de tempo.

Todos nós sabemos que existem diversas religiões que acabam por centrar-se em diferentes interpretações dos mesmos textos, mas estar sempre a “bater no ceguinho” ao longo de 1h50 de filme acaba por cansar quem está a tentar apreciar o filme.

Por fim, gostava de referir o facto de tentarem inserir aqui personagens-legado (Ellen Burstyn volta como Chris MacNeil) ser feito da pior forma possível. É apenas uma personagem que aparece por uns minutos para dizer que ali está e fazem uma pequena referência a Regan. Se ao contrário de Halloween, em que nos centramos um pouco nas personagens que faziam parte da franquia, aqui só as utilizam para situar a franquia.

O Exorcista: Crente

Resta concluir que, O Exorcista: Crente, vai dividir o público. Aqueles que conhecem o legado vão ficar desanimados com o filme, aqueles que não conhecem assim tão bem, sem ser o nome, provavelmente vão gostar. Uma oportunidade mal aproveitada e o que continua ainda mais a mover o meu caso quanto ao facto de a maioria das sequelas legado terem sido uma das piores ideias dos últimos tempos.

Nota Final: 5/10

O Exorcista: Crente estreia a 5 de Outubro nos cinemas nacionais

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