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Morreu Michael Gambon, o eterno professor Dumbledore da franquia “Harry Potter”

O ator irlandês Michael Gambon, conhecido por ter interpretado o Professor Alvo Dumbledore em seis filmes da série Harry Potter, faleceu aos 82 anos. A família divulgou um comunicado nesta quinta-feira, 28, informando que ele veio a óbito devido a uma pneumonia.

“Estamos arrasados em anunciar a perda de Sir Michael Gambon. Amado marido e pai, Michael morreu pacificamente no hospital com a sua esposa Anne e o seu filho Fergus ao lado da sua cama, após um ataque de pneumonia. Michael tinha 82 anos. Pedimos que respeitem a nossa privacidade neste momento doloroso e obrigado pelas vossas mensagens de apoio e amor”, disse o comunicado.   

O grande Alvo Percival Wulfric Brian Dumbledore

Com uma carreira prolífica no teatro, Sir Michael Gambon ficou conhecido mundialmente por interpretar o enigmático e magnânimo professor Alvo Dumbledore, a partir de “Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban”, terceiro longa-metragem da série bilionária Harry Potter, após a morte do icónico Richard Harris, que interpretou o personagem nos dois primeiros filmes: “Pedra Filosofal” e “Câmara dos Segredos” (“Câmara Secreta”, no Brasil), respetivamente.

Na série, Gambon teve um debut sensacional em “Prisioneiro de Azkaban”, destacou-se em “Ordem da Fénix” – juntamente com Imelda Staunton, e marcou “Príncipe Misterioso” (“Enigma do Príncipe”, no Brasil) com seu Dumbledore recluso, melancólico, depressivo e saudosista – a sua atuação mais dramática na franquia.

Nem só de Dumbledore vive uma carreira

Além da franquia do jovem feiticeiro, o irlandês teve participações marcantes em produções como “O Cozinheiro, o Ladrão, a sua Mulher e o Amante Dela” (1989), de Peter Greenaway; “A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça” (1999), de Tim Burton; “Gosford Park” (“Assassinato em Gosford”, no Brasil) (2002), de Robert Altman“Pacto de Justiça” (2003), de Kevin Costner“Um Peixe Fora de Água” (“A Vida Marinha com Steve Zissou”, no Brasil) (2005), de Wes Anderson e em “O Fantástico Senhor Raposo” (2009), de Wes Anderson.

Também se notabilizou em sucessos como “O Discurso do Rei” (2010), de Tom Hooper“O Livro de Eli” (2010), de Albert e Allen Hughes“O Quarteto” (2012), de Dustin Hoffman“Paddington” (“As Aventuras de Paddington”, no Brasil) (2014), de Paul King“Vitória & Abdul” (2017), de Stephen Frears e em “Judy” (“Judy: Muito Além do Arco-Íris”, no Brasil) (2020), de Rupert Goold.

Gambon como Bernard Delfont em “Judy” | Reprodução: Pathé UK

Dileção entre os britânicos

O irlandês ganhou o carinho do público britânico graças à sua interpretação do detetive francês Jules Maigret na série “Maigret” da rede britânica ITV.

No Reino Unido, ele também ficou conhecido por sua atuação como Philip Marlow em “The Singing Detective”, da BBC.

Gambon também deixou sua marca em uma atuação memorável na adaptação de 2015 da BBC do livro “The Casual Vacancy” de JK Rowling.

Para mais, a sua ilustre carreira teatral inclui participações em produções como “The Norman Conquests”, de Alan Ayckbourn, “The Life Of Galileo” e nas produções de “Henry IV, Partes 1 e 2” dirigidas por Nicholas Hytner no Teatro Nacional.

Prémios

Gambon foi premiado com o prémio BAFTA quatro vezes em reconhecimento aos seus feitos no cinema: em 1987, pelo seu papel em “The Singing Detective”; em 2000, pela sua atuação em “Wives and Daughters”; em 2001, pelo seu trabalho em “Longitude”; e em 2002, pelo seu desempenho em “Perfect Strangers”.

Sir Michael, visto aqui com a atriz Kim Cattrall, ganhando o prémio de Melhor Ator por “Perfect Strangers” no British Academy Television Awards | Reprodução: GETTY via BBC

Também conquistou o prémio Screen Actors Guild de Melhor Elenco no Cinema duas vezes. A primeira vez foi em 2002, por sua participação em “Gosford Park”, e a segunda vez foi em 2011, pelo filme “O Discurso do Rei”.

Reforma

Em 2015, Gambon reformou-se do teatro, mas continuar a trabalhar no cinema até 2019. A razão para essa decisão foi a sua deterioração da memória, que o impedia de lembrar as suas falas. Antes de tomar essa medida, o ator chegou a utilizar um fone de ouvido, conectado a um ponto no palco, com o receio de esquecer suas falas e ficar em silêncio diante da plateia.

“É uma coisa horrível admitir, mas não posso mais fazer isso. Isso parte-me o coração”, disse Gambon, na época, à The Sunday Times Magazine.

De acordo com o que o ator compartilhou naquela ocasião, teve a certeza de que a sua carreira nos palcos de teatro chegara ao fim após uma audição para peça “West End”. Durante a audição, uma jovem nos bastidores teve que ler suas falas para ele.

Subsequentemente, Gambon foi substituído por Richard Griffiths, com quem colaborou na saga “Harry Potter”, onde Griffiths interpretou o papel do tio de Harry, Valter Dursley.

No cinema, seu último trabalho foi em “Judy” (2020), de Rupert Goold.

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