Análise jogos: Highrise City
Clone, apenas outro city builder, ou pioneiro no seu género por direito próprio? Highrise City anda nas bocas do mundo — o Central Comics foi descobrir a razão.
Sinopse de Highrise City
Em Highrise City, vestimos a pele de Presidente da Câmara e tomamos as rédeas de uma nova povoação, que temos de desenvolver até se tornar a maior e mais bela metrópole do mundo. Mas, cuidado: para isso, há que criar também toda uma economia que sustente este crescimento.
Este jogo que se afirma como pioneiro no seu género foi desenvolvido pela Fourexo Entertainment e lançado pela Deck13 no dia 4 de setembro.
Análise de Highrise City
Até tento acompanhar e estar relativamente a par das novidades nos géneros que mais aprecio nessa indústria de pequena dimensão que é a dos videojogos. Porém, devo confessar que Highrise City me escapou ao radar.
Comecei por entrar em Highrise City como em qualquer outro jogo de simulação, gestão e estratégia: confuso. No entanto, já batido e connoisseur destas andanças, depressa dominei a fera e… perdi. Novo, jogo, nova experiência, esta já bem mais frutífera — o suficiente para descobrir que, afinal, não tinha perdido o primeiro jogo e que existem muitos outros erros a cometer neste título que nos apresenta um diferente método de construção de cidades ao combinar desenvolvimento urbano com planeamento industrial num planeamento estratégico divertido, mas que pode chegar a ser frustrante.
Foi uma experiência equivalente a ganhar 50,00 € no Euromilhões — não me mudou a vida, mas foi uma agradável surpresa.
História de Highrise City
Highrise City tem um modo de campanha que nos mergulha numa história de recuperação após queda, em que nos sentamos no lugar de Presidente da Câmara enquanto seguimos orientações e pequenas missões com o objetivo final de levar a cidade à glória.
Não sendo dono disto tudo, os escrúpulos obrigam-me a ser honesto e dizer que liguei tanto à história de Highrise City como se fosse mesmo dono disto tudo: sei que existe, mas não me lembro porque não lhe liguei nenhuma. Admiro muito mentes criativas da escrita e quem conta histórias, mas parece-me que a realidade é que a história tende a interessar pouco neste género, de modo que passemos ao que interessa.
Jogabilidade de Highrise City
Gráficos, folhas de cálculo e tabelas estão para fãs de city builders como as notas de 5,00 € estão para strippers, e Highrise City tem um maço rechonchudo. A IU é limpa e, com tempo, intuitiva.
Contudo, na vertente de desenvolvimento urbano, Highrise City não apresenta grandes novidades, nem nada que espante. De facto, chega até a emanar um ligeiro aroma a clonagem ao seguir a fórmula mais-que-estabelecida dos city builders clássicos, reproduzindo declaradamente alguns títulos específicos, como City Skylines.
Felizmente para nós, Highrise City não é um mero city builder, e há uma mecânica bem divertida por descobrir na conjugação com a vertente industrial/económica. Para mim, o jogo brilhou neste aspeto ao surpreender-me com uma sensação de recompensa ao ver a cidade crescer enquanto me concentrava em lidar com os novos problemas que iam surgindo e em evitar os “gargalos” de produção que podem parar uma cidade inteira.
Construir, interligar, moldar, comercializar e desenvolver são palavras-chave da jogabilidade, e temos uma vasta variedade de coisas que podemos fazer, desde organizar o sistema de transportes públicos e criar uma linha de produção de mobiliário, passando por comprar recursos que precisamos e vender o excedente da nossa produção, até lançar políticas e descobrir novas tecnologias.
Gráficos e som de Highrise City
Ao contrário da história, este género ainda depende alguma coisa de gráficos e som. Embora seja um jogo agradável aos olhos e aos ouvidos, Highrise City está uns furos abaixo neste aspeto, quando comparado com o nível da jogabilidade.
Quanto ao design, não posso deixar de voltar a destacar a semelhança com City Skylines.
Em jeito de comentário geral sobre este campo, fica apenas a ideia de que Highrise City foi ao baile de Carnaval mascarado de City Skylines, mas sem o mesmo orçamento.
Postas de pescada e um par de botas
Considero que a grande diferença entre um bom e um mau city builder consiste nas horas em que os passamos a jogar sem darmos por isso e na vontade que temos de lá voltar. Das minhas últimas 72 horas, 10 foram passadas em Highrise City e tenho a minha cidade à espera com muito por fazer, de modo que vamos lá despachar isto para poder regressar.
A 27,99 €, Highrise City pode enganar à primeira vista, mas compensa seguramente o seu valor nas horas de entretenimento que proporciona, especialmente se vier com desconto.
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Jogabilidade, “limpeza” da IU, sinergia entre desenvolvimento urbano e económico.
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A história não me cativou minimamente. O tutorial fechou-se a meio e é confuso. Não sendo mau, o design é demasiado parecido ao de City Skylines.
Classificação: 8,5/10
Como está, Highrise City é um excelente jogo, com muito potencial por realizar — a equipa de desenvolvimento está a dar sinais de que vai continuar a desenvolver o jogo, mesmo após o lançamento da versão 1.0. Não me parece que a semelhança de estilo com City Skylines seja uma opção de má-fé, mas sim um shoutout a uma fonte de inspiração.
Highrise City está disponível no Steam a 27,99 € (atualmente com 20% de desconto, a 22,39 €).
Para terminar, fica a dica indispensável: nada como uma bela volta de carro pela cidade, só porque sim!
Plataforma testada: PC
Gameplay de Highrise City:
Trailer de Highrise City:
Gamer inveterado que não dispensa uma boa série e nunca diz ‘não’ a uma sessão de cinema… Com pipocas, se faz favor!