Cinema: Crítica – Transformers: O Despertar das Feras (2023)
Há mais de década e meia que Michael Bay trouxe para o grande ecrã aquilo que acabaria por ser a grandiosa franquia de Transformers, um conjunto de filmes que foram descendo de qualidade ao longo dos anos, seguidas personagens e narrativas que pouco eram interessantes, para além do espectáculo de explosões que acabaria por acontecer a dada altura. Foi entretanto em 2018, que a prequela Bumblebee levantou o véu sobre um mundo de novas possibilidades. Agora, em Transformers: O Despertar das Feras, temos perante de nós um potencial candidato de um pseudo-reboot-prequela, abordando um dos arcos mais significantes da adaptação dos brinquedos da Hasbro.
O ano é 1994, e Noah Diaz (Anthony Ramos), um ex-militar expert em tecnologia de rádio regressa a casa para tomar conta do irmão mais novo e da sua mãe. Não conseguindo encontrar emprego, este acaba por se juntar a um velho amigo para roubar um carro, mas este Porsche não é normal: é Mirage, um Transformer há muito escondido no planeta Terra. Entretanto, Elena Wallace (Dominique Fishback) é uma investigadora de artefactos recebe uma estátua de uma águia bastante misteriosa, revelando ser algo que faz com que o planeta seja invadido pelos Terrorcons, os servos do Deus negro Unicron. Nesta luta pela sobrevivência, os Maximals e os Autobots terão que se juntar aos humanos para protegerem o planeta, aconteça o que acontecer.
Acontece que esta segunda abordagem com Bay apenas como produtor acaba por se demonstrar beneficial q.b. à série que tanto tem fãs pelo mundo. Nem é pela contenção, porque O Despertar das Feras tem vários momentos entusiasmantes, algumas delas envolvendo explosões no meio de muita acção intensa, mas não só. Por outro lado, muito da base que Bay deixou é reformulada, desta vez pelo realizador Steven Caple Jr. (Creed II), que faz um trabalho decente em oferecer um filme equilibrado entre acção, drama e comédia. Mas permanece um sentimento que falta algo mágico que junta tudo num produto final mais satisfatório.
Para aqueles que ainda estão a ressacar do outro grande filme com carros deste Verão, poderão sentir-se bastante entusiasmados com os vários bolides que vão aparecendo no ecrã, entre a novidade brilhante em forma de um Porsche, um Nissan Skyline do lado dos maus, ou o eternamente icónico Freightliner que é Optimus Prime; há um pouco de tudo para toda a gente.
Nisto, Transformers: O Despertar das Feras é um filme sólido, que cumpre bem a sua intenção de talvez abrir um novo caminho com mais sequelas, oferecendo um bom inicio. Pode não ser o mais inovador, ou sequer introduza algo brilhantemente novo, mas aqui algo que pode valer a pena explorar, e os espectadores serem os primeiros a experienciar isso.
Nota Final: 7/10
Fã irrepreensível de cinema de todos os géneros, mas sobretudo terror. Também adora queimar borracha em jogos de carros.