Cinema: Crítica – Shazam! Fúria dos Deuses(SEM SPOILERS)
Billy e os seus irmãos regressam para mais uma fantástica aventura em Shazam! Fúria dos Deuses.
O mundo de Billy Batson(Asher Angel/Zachary Levi) cresceu desde a sua primeira aventura, juntamente com os seus irmãos tornaram-se os heróis de Filadélfia, mas por vezes crescer significa passármos menos tempo com as nossas famílias e começármos a encarar os futuros que nos esperam.
Quando as Filhas de Apolo descobrem os nossos heróis, nada as irá impedir de reaverem a magia que o Feiticeiro(Djimon Hounsou) em tempos lhes roubou.
Durante toda a metragem, os momentos de comédia e acção são pontuados com as dúvidas de Billy e dos seus irmãos, as dores de crescimento são particularmente notáveis nele e em Freddy(Jack Dylan Grazer/Adam Brody), que cada vez mais adora ser um super-herói.
Embora interessante, o filme tem alguns problemas de previsibilidade no guião, bem como de ritmo.
Os recentes problemas do universo DC e da Warner Bros. em geral têm vindo a impactar negativamente os seus projetos, e isso é transparente neste filme, não só na desenvergonhada estratégia de product placement que o assombra, como também na omissão de algumas sequências que acabam sendo-nos contadas ao invés de mostradas.
O orçamento reduzido também se reflete nos efeitos especiais. O filme torna-se visualmente enfadonho a certo ponto, com poucos extras, alguns casos de greenscreens questionáveis e até animação 3D pouco realista. Não fosse este o tipo de filme que nos quer convencer que um homem consegue voar, tudo isso seria perdoável.
Contudo, há poderes vislumbrastes pelo meio, as formas como as nossas vilãs controlam e transformam o mundo à sua volta são fascinantes, e merecedoras de um filme mais visualmente completo ou concretizado, como estão servem para entusiasmar o espectador, antes do mesmo se lembrar que o resto do filme não oferece a mesma qualidade.
O auge desta longa metragem, como fora naquela que a antecedeu, continua a ser o desempenho do jovem Grazer que traz consigo todo um charme e coração. Por outro lado Angel, na sua eterna partilha do estrelato com Levi, não consegue chegar ao mesmo nível, mas o nosso protagonista fica também de parabéns por algumas cenas espantosas. Narrativamente a sua ausência é compreensível, mas não deixa de ser uma pena.
Djimon Hounsou regressa como o Feiticeiro Shazam, desenvolvendo desta feita o seu personagem de forma bastante mais interessante.
Por fim gostaria de frisar ainda o desempenho de Zachary Levi que continua a interpretar uma criança de forma natural, embora ocasionalmente frustrante. Sobra algum receio que ele se apresente demasiado galhofento quando Asher nos oferece prestações mais sérias e pesadas, mas isso é mais culpa do argumento do que de qualquer um dos atores em questão.
Tudo isto resulta num filme que atinge uma boa pontuação à rasquinha.
Tínhamos argumento, atores, tudo, faltaram só uns trocos para limar as arestas no final. O marketing escangalhou um bocado valente também.
É uma excelente aventura para quem gostou do primeiro e, portanto, é exatamente o que se queria!
7/10
Jovem dos 7 ofícios com uma paixão enorme por tudo o que lhe ocupe tempo.
Jedi aos fins-de-semana!