Entrevista ao elenco de Star Trek: Picard
Tudo que tem um inicio tem um fim, e com a chegada da terceira temporada de Star Trek: Picard, vemos o muito celebrado capitão a encontrar o seu derradeiro destino, ao longo de dez episódios intensos, onde irá reencontrar velhos amigos, e um novo inimigo.
O Central Comics teve oportunidade de falar com os três veteranos de uma das séries de ficção cientifica mais celebradas do mundo, pouco antes da première em Los Angeles, na presença de Patrick Stewart, Gates McFadden e Jonathan Frakes, num press junket online que reuniu jornalistas do mundo inteiro.
O Patrick já tinha referido no passado que encarnar a personagem de Jean-Luc Picard durante tanto tempo, ele faz parte de si. Há algo sobre a sua história nesta série ainda capaz de surpreender?
Patrick Stewart (P.S.): Nem por isso, porque tenha tido a sorte de desempenhar um papel em Picard, para além de ser apenas o actor que actua como Picard. Desde o início que tínhamos um acordo em como abordar a personagem, e eu tive de me ajustar e adaptar ao que os meus colegas produtores e colegas do elenco precisavam. Mas foi tudo cuidadosamente discutido e cuidadosamente esperado, nesta que é uma abordagem completamente nova.
Como foi reunirem-se novamente ao fim de tantos anos para esta última temporada?
Gates McFadden (G.M.F.): Foi muito divertido! Somos amigos na vida real, por isso ainda nos vemos de vez em quando, mas vestir de novo o guarda-roupa espacial e estar em frente de uma câmara, foi muito divertido para mim. Eu adorei.
Jonathan Frakes (J.F.): É como se tivéssemos chegado ao fim do dia de Sexta, e regressado ao trabalho na Segunda (risos)
P.S.: É uma ocasião rara quando actores têm uma oportunidade de fazer algo do género. Sim há sequelas e afins, mas há um intervalo de 25 anos, que é muito tempo. Fomos encorajados a deixar que as mudanças da nossa vida real tivessem impacto nas vidas das nossas personagens.
Como se sentem saber que a série irá terminar agora?
J.F.: Vai terminar?
G.M.F.: Pois, essa é uma excelente questão.
J.F.: Acho que a temporada é muito satisfatória, mas a pergunta mantém-se: vai terminar?
G.M.F.: São 10 episódios muito bonitos. Há um sentimento positivo no fim, e espero que os fãs apreciem tanto quanto eu.
P.S.: Sabes, esta reunião não estava inicialmente nos planos, mas tornou-se cada vez mais importante à medida que a equipa era composta, e tem sido um verdadeiro prazer, muito devido à liberdade que é nos dada.
Como se compara fazer esta série hoje com as séries que eram feitas no anos 80 e 90?
J.F.: Fomos todos encorajados a aceitar a forma que J.J. Abrams abordou a série, com o seu estilo cinematográfico na televisão. A nossa série nos anos 80, e porque era a forma de se fazer as coisas na altura, havia muito cuidado, há muito para cobrir, e a câmara não se mexia tanto. Não nos inspiravam em gravar com muito material audiovisual especializado, com gruas ou lentes especiais, tudo aquilo que o público já considera como nativo na série. Mas há um elemento muito mais cinematográfico agora.
G.M.F.: Para mim é interessante que havia um tom diferente. Concordo completamente com o que o Jonathan disse, mas também existe um tom de produção muito diferente. Os argumentistas estavam muito abertos ao meu feedback, e houve uma grande relação entre nós. Nem sempre temos o que queremos, ou que sugerimos, claro. Mas apreciei ser ouvida. Também ajuda muito o facto do Terry Matalas (realizador) ser um grande fã de The Next Generation (TNG), e isso é sentido durante todos os episódios. E há muitos easter eggs pelo meio.
P.S.: Aquilo que o Jonathan disse é completamente verdade. Claro que ele jamais iria admitir, mas ele tem uma responsabilidade significativa por isso. Foi quando o Jonathan começou a realizar a série, sobretudo os dois filmes, ele estava sempre a tentar inovar a forma que gravámos, as nossas relações, a posição da câmara. Ele estava na vanguarda deste movimento.
Durante esta reunião, deram convosco a trazer de volta alguma das vossas maneiras de estar no set?
P.S.: Sabes, como actores com muitos anos de experiência, muito do que fazemos é instintivo, e por vezes é me apontado coisas que não tinha noção que fazia, por serem tão pessoais e feitas de forma instintiva. São esses elementos que foram levados de TNG para Picard, e expandiram a história, fazem-nos olhar para TNG de forma emocional.
G.M.F: Para mim o set da nave é fenomenal, e chegar à ponte, é um sentimento incrível e descobri novas coisas e assim novos comportamentos. A Dr. Beverly Crusher não está na Starfleet, por isso é diferente. É muito entusiasmante e divertido.
A terceira temporada de Star Trek: Picard já começou no Amazon Prime Video, com episódios a serem lançados semanalmente.
Fã irrepreensível de cinema de todos os géneros, mas sobretudo terror. Também adora queimar borracha em jogos de carros.