Jogos: The Callisto Protocol – Análise
O horror intergaláctico ganha um novo nome com The Callisto Protocol. Mas será que tem espaço para sobreviver?
A verdade é que The Callisto Protocol sempre teve muitos olhos sobre si, principalmente por dois motivos em concreto: foi distribuído pela Krafton, que apenas desenvolveu PUBG, levando a uma insurgência dos jogos de battle royale e o nome Glen Schofield, o diretor de Dead Space, um dos jogos de terror que criou uma enorme legião de fãs desde 2008. E é também em Dead Space que se nota que The Callisto Protocol veio beber alguma da sua inspiração.
Estamos a falar de um jogo que se passa num futuro distante, numa prisão intergaláctica onde somos atacados por monstros, no mínimo, curiosos. Além disso, a tentativa de meter medo ao jogador através de jogos com o ambiente e os tradicionais jumpscare é algo que se torna recorrente no jogo, mas bem aplicado, mostrando o que se tinha já aprendido em Dead Space: quando não estamos sozinhos no espaço, tudo se torna assustador.
A história do jogo, no entanto, pode deixar qualquer um dos leitores um pouco desiludido. É do mais básico possível. O mote inicial é que controlamos Jacob, um piloto de naves de carga que acaba por se despenhar na lua de Callisto por conta de uma operação terrorista. Com isto, acaba por se preso na Black Iron Prison onde o jogo começa a desenrolar-se, com uma data de monstros para matar, tentar descobrir o que se passa e, claro, no processo sair daquele inferno na Lua. O grande problema é que Jacob é talvez das personagens principais mais sem sal que alguma vez vi. O homem consegue ter a empatia e a capacidade social de uma batata frita e, mesmo assim, acho que a batata frita consegue ser mais carismática que Jacob. Por vezes, até apetece deixá-lo à mercê dos inimigos para o fazerem sofrer.
Graficamente, no entanto, é um jogo curioso. Principalmente por conta de todo o gore que podemos ver ao longo dele. A forma como podemos eliminar inimigos pode ser o mais criativo possível que vamos acabar por ver imenso sangue e membros por todo lado. Além disso, todo o ambiente dentro da Black Iron Prison faz com que o jogador não se sinta seguro desde o primeiro minuto, o que ajuda bastante na atmosfera do jogo.
Gostava também de falar um pouco de questões mais técnicas, como bugs. O jogo em si não tem muitos erros, mas, quando os tem são algo de magistral. A imagem que em baixo vão poder ver foi tirada por este que vos escreve e vai descrever a situação: quando entrei na sala, inicialmente, o corpo estava no chão a segurar um bastão que passou a fazer parte do nosso arsenal de armas. No entanto, como estava um pouco perdido no jogo andei à procura de um sítio onde podia prosseguir e saí daquela sala, a certo ponto. No entanto, o verdadeiro objetivo estava ali e tive que voltar a entrar. Qual é a minha surpresa quando me deparo com o modelo do jogo em pé como se nada tivesse acontecido. Se queriam fazer correr um frio na minha espinha conseguiram, pois isto foi, definitivamente, a situação mais assustadora que vi ao longo de toda a aventura.
Por fim, gostaria de dar uma palavra sobre a longevidade do jogo. É demasiado curto. Alguém com um bocadinho de tempo consegue acabá-lo numa noitada ou até mesmo num fim de semana, já que o jogo conta com apenas 8 horas de conteúdo. Sei que vão ser lançados conteúdos adicionais, mas não é o suficiente para justificar o quão curto o jogo é.
Resta concluir que, The Callisto Protocol tem uma ideia interessante e vai ser sempre comparado a Dead Space. No entanto, peca por ser mais um jogo de aventura com uns pequenos salpicos de terror, do que um jogo de terror como todos esperavam. Porém, se gostam do género é um jogo a ter em conta.
Nota Final: 7/10
The Callisto Protocol está disponível para PC, PlayStation 4, PlayStation 5(versão analisada), Xbox Series e Xbox One
Desenvolvedor: Striking Distance Studios
Editora: KRAFTON, Inc.
Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.